Arte na natureza, ou a natureza em detalhes, segundo os líquens

Para o explorador dos encantos da natureza, os líquens não chamam a atenção como as flores de orquídeas e das bromélias. Porém, desenvolvem-se em estampas coloridas e texturizadas, ganhando formas intrigantes que, dependendo do olhar e do senso estético do fotógrafo, é capaz de capturá-los como expressões da arte abstrata.

Às vezes desenham também o que parece ser mapas geográficos de continentes, países e estados. Os líquens são seres de natureza dupla. Um dia na infância da natureza em formação, nas noites frias dos milênios que moldaram a história evolutiva das plantas, espécies de algas verdes e fungos se entendem num acordo de benefício mútuo para ambos os reinos.

A troca de favores nessa relação ecológica e harmônica foi de uma simbiose tão perfeita que daí resultou-se uma espécie inédita na diversidade de formas que habitam o planeta.

Mas se serve de consolo, guardaremos nas nuvens nossos arquivos de fotografia do que foi um dia a natureza, seu valor para nossas vidas e a beleza para que as próximas gerações tomem consciência do que se perdeu.

Sim, acabaremos com o mundo natural e real, mas teremos tecnologia para transformá-lo em virtual. Assim, em futuro próximo, andaremos pelos bosques e nadaremos em rios de águas límpidas acessando virtualmente, através de fotografias, o que foi o mundo um dia esses ecossistemas já extintos.

Voltando depois a um dos lugares em que eu havia fotografado esses líquens, encontrei o ambiente quase totalmente destruído, transformado em lenha para ser vendida às olarias, carvoarias e padarias. O sentimento de perda foi imensamente grande e indescritível.

As fotos foram tiradas no município de Várzea do Poço, Bahia, no período de 2011 a 2016, e as que foram postadas no blog são uma pequena amostra do arquivo original.

O QUE SABE A CIÊNCIA DA VIDA DOS LÍQUENS.

  • Os líquens são seres vivos, mas não são animais nem plantas, segundo a sistemática taxonômica da biologia moderna.
  • Os líquens se originaram de associações simbióticas entre fungos e algas.
  • Não apresentam folhas, raízes e caules.
  • São capazes de sobreviver onde poucos ou nenhum ser vivo conseguem.
  • São organismos pioneiros, e podem sobreviver em locais de grande estresse ecológico.
  • Produzem ácidos que degradam rochas e ajudam na formação de solo, tornando-se organismos pioneiros em diversos ambientes.
  • Existem líquens que são substratos para outros líquens.
  • São extremamente sensíveis à poluição, servindo-nos de bioindicadores dela, podendo indicar a má qualidade do ar.
  • Os líquens são seres de reprodução assexuada.
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